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Veja os cuidados que mulheres grávidas precisam ter ao viajar de avião
Especialistas esclarecem as dúvidas mais comuns sobre o assunto e dão dicas para as mamães terem uma viagem mais tranquila
Por Natasha Ribeiro
Uma das preocupações mais comuns entre as mulheres grávidas é fazer algo que possa vir a prejudicar a saúde do bebê. E uma questão que amedronta as futuras mamães diz respeito à viagens de avião. Muitas dúvidas rondam a cabeça: até quantas semanas pode-se viajar sem riscos? É melhor viajar de avião ou de carro? O que fazer em voos longos?
Para responder essas e outras perguntas, o site do GNT conversou com os ginecologistas e obstetras Domingos Mantelli e Antonio Paulo Stockler.
Até quantas semanas é seguro as grávidas viajarem de avião?
"Se não há nenhum tipo de doença associada que coloque em risco a gravidez ou ameaça de trabalho de parto prematuro, não há uma limitação em relação à idade gestacional. O que acontece é que a maioria das empresas aéreas estabelece um limite para que as pacientes voem sozinhas sob o risco de elas entrarem em trabalho de parto no avião ou precisarem de atendimento especializado. Isso varia conforme a companhia, mas a maioria não permite viagem geralmente depois de 32 a 34 semanas. Antes desse período é importante que as grávidas tenham um atestado médico que informe o número de semanas de gestação e a libere para a viagem", explica Antonio Paulo.
Quais são os riscos de viajar de avião para a grávida e para o bebê?
Domingos Mantelli pondera: "Para as gestações de baixo risco e como liberação do obstetra não há risco algum. No entanto, há maior chance de inchaço nas pernas e as viagens podem favorecer trombose, por isso, indico o uso de meias elásticas de moderada compressão durante todo o voo e, a cada 2 ou 3 horas, a grávida deve se levantar e andar por uns 15 minutos para ativar a circulação." Stockler completa: "As grávidas que têm problemas de saúde, como doença pulmonar ou cardiovascular, podem piorar durante a viagem. As mulheres que estão sob risco de abortamento também não devem viajar de avião porque não terão nenhum tipo de acesso a tratamento e a própria pressurização pode ser considerada responsável pelo abortamento. Não existe nenhuma evidência muito clara sobre isso, mas as mulheres que sofrem sangramento devem evitar o avião sob risco de perda da gravidez".
Em caso de gêmeos ou múltiplos, há alguma diferença nos cuidados?
"Sim. Gestações de gêmeos ou múltiplos têm mais chances de trabalho de parto prematuro. É claro que isso não é uma regra, pois varia de mulher para mulher, mas nestes casos é seguro viajar só até a 30ª semana", ressalta Mantelli.
Em quais casos não é recomendado que a grávida viaje de avião?
"Não devem viajar as mulheres com ameaça de abortamento, assim como aquelas que possuem doenças pulmonares ou cardiovasculares graves ou risco muito alto de trombose. Recomenda-se que elas não viajem ou façam a viagem fazendo uso de algum medicamento anticoagulante para prevenir a trombose", explica Antonio Paulo Stockler.
Quais medicamentos e utensílios as médicas devem levar em viagens de avião?
"Em primeiro lugar, é importante que toda gestante que vá viajar, principalmente para fora do país, tenha um seguro de saúde com cobertura internacional. Para, caso precise de atendimento médico, seja amparada. Além disso, é recomendado fazer uma espécie de 'pequena farmácia' porque ela pode ter dificuldades para comprar medicamentos fora do país. É importante levar remédio para cólica, enjoo, azia e analgésicos comuns, além de usar meia elástica, travesseiro e tomar bastante líquido durante o voo para hidratar", aconselha Stockler. O médicos Domingos Mantelli também recomenda: "Além disso, ela deve levar roupas confortáveis, sapatos largos e confortáveis para os pés que vão inchar, almofada para a lombar, meias elásticas para o voo e fazer caminhadas de 15 minutos a cada duas ou três horas sentada".
No caso de grávidas, é preferível viajar de carro a viajar de avião?
"Em algumas situações, a viagem de carro pode ser mais vantajosa porque não há risco da pressurização, mas por outro lado há menos mobilidade. Não se pode parar para ir ao banheiro, levantar, caminhar, coisas que se consegue fazer dentro do avião. Isso acaba atrapalhando porque ela vai ter que parar periodicamente para fazer suas necessidades, caminhar, alongar-se. Muitas grávidas também acabam deitando no carro, o que é muito arriscado. É preciso ficar sentada, com o cinto afivelado (a parte transversa deve ficar abaixo da barriga e a parte diagonal, entre os seios). Quando opta-se pela viagem de ônibus, é um pouco mais fácil porque ela consegue se locomover e geralmente há banheiro, mas é uma viagem cansativa; a tendência é ela ficar mais inchada", pondera Antonio Paulo.
Fonte: Mães GNT
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